quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

INVERNO DOS ANTIGOS

Para quem diz que já não há Invernos como antigamente, aqui está a prova. A natureza encarrega-se de nos recordar de que os há! E este Inverno além da água que já enche Rios, Barragens, poços e campos ainda nos visitou a neve. Até no Rosmaninhal nevou, embora não com a intensidade com que se monstrou noutros locais do Distrito e no resto do País. É claro quando a água é muita provoca sempre estragos e algumas casas mais antigas não resistem e acabam por ruir e não só as casas, foi o que aconteceu com o Forno da telha, que a juntar à ruina existente lá caiu mais uma parte do muro, provavelmente quando pensarem em reconstrui-lo já não deve lá existrir nada para reconstruir.






















































Vejamos os dados do Boletim informativo do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hidricos http://snirh.pt/
No último dia do mês de Dezembro de 2009 e comparativamente ao último dia do mês anterior verificou-se uma subida no volume armazenado em todas as bacias hidrográficas monitorizadas.
Das 56 albufeiras monitorizadas, 24 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 11 têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total.
Os armazenamentos de Dezembro de 2009 por bacia hidrográfica apresentam-se superiores às médias de armazenamento de Dezembro (1990/91 a 2008/09), excepto para as bacias do RIBEIRAS DO OESTE, SADO e MIRA.


Estes são dados de Dezembro de 2009, por esta data a grande maioria das albufeiras do País estarão no máximo da sua cota.
Aproveitem e façam umas visitas. O Alqueva está a despejar e deve ser um belo passeio.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

NATAL

Os festejos do Natal na nossa terra estão longe de serem o que eram, escasseia a gente, o bairrismo e a tradição esvai-se.

Para os madeiros trabalhava-se arduamente desde muito cedo. Os grandes toros eram carregados pelas juntas de bois e era tarefa dos mais velhos, enquanto a criançada puxava por pernadas até ao local das fogueiras.

Estava sempre presente a rivalidade entre a Vila, O Arrabalde, a Devesa e o S, Pedro, pois cada um queria ter o madeiro maior na noite de Natal.

Junto dos madeiros cantavam-se cânticos alusivos ao nascimento do Menino Jesus, enquanto a fogueira era atiçada por cachaporradas, soltando fagulhas e  irradiando alegria.

O garrafão do vinho circulava ao compasso de toca lá zamburra, ela não quer tocar, vamos p´ra taberna, a emborrachar.
Este ano a tradição cumpriu-se embora sem o calor e a euforia do passado, a Junta de Freguesia arregaçou as mangas e sem esperar pela malta lá se encarregou de distribuir madeiros pelos quatro bairros. A missa do Galo, que era para cantar à meia-noite, cantou mais cedo, uma vez que o Padre José António não tem mãos a medir e outros paroquianos também esperavam por ele.

Só o Jantar continua a reunir a família como antigamente, felizmente que assim é. A noite da consoada inicia-se com o tradicional jantar das couves com bacalhau e ainda há os que teimam em fazer as filhós ao lume, brindando a pequenada com pequenas filhós de formas divertidas.
Á meia-noite ou na manhã do dia de Natal as crianças corriam para o sapatinho, que estava junto da chaminé, para ver a oferta do Menino Jesus. Não havia pai natal a rir-se com riso de quem parece estar bêbado, hã, hã, hã! Outros tempos!

Dia de Natal, veste-se uma fatiota a rigor e passeia-se pela aldeia, revisita-se o madeiro e mata-se saudade com os amigos relembrando-se os tempos passados.

Como é normal também esta quadra é propícia a cânticos saudando o Messias, relembramos alguns:

Vamos ver a barca bela
Que fizeram os Pastores
Nossa Senhora vai nela
Toda coberta de flores

Vamos ver a caravela
Que se vai deitar ao mar
Nossa Senhora vai nela
E os anjos vão a remar

Alegrem-se os Céus e a terra
Cantemos com a alegria
Já nasceu o Deus Menino
Filho da Virgem Maria

Ó meu Menino Jesus
Ó meu Menino tão belo
Logo vieste nascer
Na noite do caramelo

  Entrai Pastores, entrai
Por esses portais sagrados
Vinde adorar o menino
Nestas palhinhas deitado

De quem são as camisinhas
Que estão na relva a corar
São do menino Jesus
Para a noite de Natal

Do vão nasceu a vara
Da vara nasceu a flor
Da flor nasceu Maria
De Maria o redentor

Xarupa, tá, tá
Xarupa, tá, tá
Natal, Natal
Filhóses com vinho
Não fazem mal

(fotos de Silvia Chambino)